segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Intervalo (e agora?)

Mesmo agora cheguei, e já penso em como será quando sair daqui.
Sento-me no muro do meu terraço, mas a Lua, que antes sorria comigo, agora só sorri para mim. Eu não consigo sorrir para ela. A Lua agora parece-me bem mais longe do que antes.
De todas as luzes que confundem o meu olhar, existe uma que ainda se destaca, mas agora menos: a luz do farol lá ao fundo. Já nao me ilumina, agora só me deixa sentir uma luz de presença. E o resto são luzecas e luzinhas, que no fundo marcam a diferença entre horizonte de cidade e de aldeia. Mas sinceramente, numa cidade que agora me parece tão vã.
Antes vinha aqui, sentava-me: sentia cada pormenor e cada sabor que o vento me trazia das arvores e do mar. A Lua lembrava-me que nunca estou sozinho e o farol lembrava-me sempre estou amado, na promessa de um dia ir até á Lua sob o cilindro de luz do farol, e tocar com a ponta dos meus dedos no nariz da Lua.
Agora venho aqui, e sento-me... só.
E por muito que reflicta e escreva, este texto nunca terá uma lição; nunca terá uma conclusão que possas tirar daqui, porque agora... agora eu sinto-me vão.

2 comentários:

Anónimo disse...

(apeteceu-me abraçar-te depois de ter lido ..)


bonito,simples e sincero. Gostei mesmo :')


Gosto de ti <3

Anónimo disse...

Gosto como crias valor a pequeninas coisas da vida *
És fantastico Lupi =)